Com o fim do vazio sanitário, a Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja) reuniu na segunda-feira (18), na Fazenda Jotabasso, em Ponta Porã, produtores rurais, pesquisadores, profissionais do setor e estudantes na Abertura Estadual do Plantio da Soja em Mato Grosso do Sul, evento realizado para marcar a data e divulgar as projeções para o novo ciclo.
O superintendente do Crea-MS, engenheiro agrônomo Renato Roscoe, alerta que, apesar do plantio liberado, é preciso que os produtores e profissionais da agronomia estejam atentos às condições climáticas que não estão favoráveis neste momento. “É preciso aguardar a normalização das chuvas, que deve ocorrer em outubro, para iniciar a semeadura”, disse.
É importante que os profissionais estejam atentos aos registros de suas Anotações de Responsabilidade Técnica e emissão de seus Receituários Agronômicos no início de mais esta safra, que tem volume projetado em 8,3 milhões de toneladas e área de cultivo aumentada em 1,78%, passando para 2,58 milhões de hectares.
Projeções
“Vemos essa nova safra com boa perspectiva, mas também com cautela, é um ciclo de ajuste. O produtor precisa entrar nesta safra atento a momentos de comercialização, vender com muito cuidado, estar atento aos riscos para não fazer operações que deem prejuízo porque é uma safra de estreitamento da rentabilidade, principalmente devido aos preços baixos”, analisou o presidente da Aprosoja/MS, Christiano Bortolotto.
“Isso pode mudar? Pode, existem muitas variáveis. Mas, no cenário atual, é preciso bastante cautela e é preciso ser bem assertivo. É momento para investimento naquilo que realmente vai trazer avanço na rentabilidade”, completou Bortolotto.
De acordo com as projeções da Aprosoja/MS, poderá haver redução de produtividade em relação à safra 2016/2017, que foi de 8,5 milhões de toneladas. Para o ciclo 2017/2018, o volume projetado é de 8,3 milhões de toneladas, ou seja, redução de 2,1% na produção. No entanto, em 10 anos, o volume de soja produzido nas lavouras do estado saltou de 4,8 milhões de toneladas para 8,5 milhões de toneladas, crescimento de 74%.
Em relação à produtividade, a projeção para o próximo ciclo é de redução de 3,74%, passando de 56,1 sc/h, para 54 sc/ha. Por outro lado, o número continua positivo quando considerados os últimos 10 anos, quando esse índice subiu 19,8%, de 46,83 sacas por hectare para 56,1 sacas por hectare.
Em Mato Grosso do Sul, áreas de baixa produtividade utilizadas na pecuária tem aberto espaço para as lavouras, é o que mostra a projeção da Aprosoja/MS. Na safra 2017/2018, a área para cultivo de soja deve aumentar 1,78%, de 2,53 milhões de hectares para 2,58 milhões de hectares.