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Engenharias Elétrica e Mecânica: “postura firme de garantia e respeito às atribuições profissionais”

Campo Grande, 19 mar 2019 às 21:18

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Willian Zimi Ortega Padilha é engenheiro eletricista formado em 1998, pela Universidade Federal de MS (UFMS). É especialista Sistemas e Processos Industriais e possui MBA em Arquitetura Light Design em 2017. Nascido e residindo em Corumbá, sua experiência profissional é integrada por atuações na área da engenharia de manutenção elétrica naval, docência na UFMS, no câmpus de Corumbá, projetista na Prefeitura Municipal, além da atuação em empresas privadas.

Conselheiro representante do Sindicato dos Engenheiros no Estado de MS (Senge-MS), na Câmara Especializada de Engenharia Elétrica e Mecânica, Zimi está no terceiro ano de seu mandato e, neste ano, assumiu a coordenação da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica e Mecânica do Conselho.

Abaixo, o novo coordenador aponta perspectivas trazidas pela função e opina sobre educação à distância e atribuições profissionais.

Quais as suas perspectivas frente à coordenação da Câmara Especializada de Engenharia Elétrica e Mecânica?
Após dois anos como conselheiro, notei claramente que a Câmara passou a ser fundamental em decisões estruturais no âmbito do Conselho e, participar de tais decisões é um grande desafio para qualquer profissional que integra o plenário do Conselho. Sob esse aspecto, friso como duas as minhas principais linhas de ação: valorização da atribuição profissional dos engenheiros eletricistas e mecânicos. A Engenharia Elétrica é a profissão que mais conflitos de sombreamento possui, dentro e fora do Conselho. Regular essas situações é um trabalho contínuo e penoso, mas é o que a profissão exige por razão da qualidade e da segurança dos projetos e serviços desenvolvidos por esse profissional e; valorização do trabalho do Sistema Confea/Crea, de forma a diminuir a distância entre o sistema e o profissional nele inscrito, tendo em vista que essa é uma situação/relação frágil e sensível e que permanece assim há vários anos.

O que te motivou a assumir esta função?
Dar continuidade à postura que a CEEEM tem adotado nos últimos anos, além da renovação, resgate de sua identidade e participação firme nas decisões do Sistema. Mesmo sendo uma Câmara reduzida em número de membros, vem mantendo bem fundamentadas quaisquer decisões por ela tomadas, motivando assim, igual posicionamento à plenária.

Dentre os assuntos tratados pela CEEEM, quais o senhor considera necessitar de um olhar mais urgente?
Hoje, com a criação de novos Conselhos, por questões legais, é fundamental e urgente à CEEEM garantir a postura firme de garantia e respeito às atribuições profissionais. Trabalhar com eletricidade e mecânica não são atos meramente empíricos, são necessários academicismo, ou seja ciência, e técnica. Estas duas características não podem e não devem andar separadas, e o resultado em negligenciar esta forma da atuação profissional só pode trazer riscos graves à sociedade. Este para mim é o principal e mais preocupante desafio da CEEEM.

Como o senhor avalia o ensino da Engenharia na modalidade a distância?
A formação acadêmica em engenharia, por si só, é árdua. Confesso que a tutoria na formação é fundamental, tendo em vista o elevado nível de exigência científica dos assuntos que formam a base da Engenharia, desde as matérias básicas até as de formação específica. O resultado disso tudo é colocar a ciência em prática, e que por repetição, os desavisados acabam entendendo a engenharia como uma cópia de uma situação a outra, quando definitivamente não o é.
Diante disso, não vejo como possível ser autodidata em grande parte na formação do engenheiro. Necessita-se de uma tutoria constante para absorver essa transferência de conhecimento. Além do mais, no aprendizado da academia é fundamental a prática desses conceitos, não somente com cases comuns e largamente repetidos, mas como também aquelas situações que necessitam da aplicação de conhecimentos científicos elevados. Nessa convergência, e necessidade formativa, é que coloco em dúvida a real qualidade formativa e avaliativa do ensino a distância para Engenharia, não vislumbro essa possibilidade, motivo pelo qual sou contrário a este tipo de formação para engenheiros.