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Em Mato Grosso do Sul, mulheres são 22% dos profissionais registros no Crea-MS

Campo Grande, 04 jul 2024 às 15:41

Apesar de ainda existir uma grande inequidade de gênero nas carreiras STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharias e Matemática, em inglês), é fato que o número de mulheres das engenharias tem apresentado um aumento nas últimas décadas.

Dados do início desta década apresentados pela Organização das Nações Unidas (ONU), apontam que as mulheres representam 35% dos estudantes matriculados em STEM, nas universidades. O percentual é ainda menor nas engenharias de produção, civil e industrial, e em tecnologia, não chegando a 28% do total.

Dados levantados em junho de 2024 nos registros do Crea-MS mostram que, apesar dos progressos, dos 16.037 profissionais registrados no Crea-MS, apenas 3.658 são mulheres, 22% do total. A profissão com maior número de profissionais é a engenharia civil, com 4.361 homens e 1.520 mulheres (34%). Na agronomia são 3.551 homens e 824 mulheres (23%).

O levantamento revela que a faixa etária com maior concentração de mulheres é a de 20 a 29 anos, nascidas entre 1995 e 2004, totalizando 1.143 (34%). Em contraste, a faixa de 60 a 69 anos, composta por nascidos entre 1955 e 1964, conta com 142 mulheres (11%) e 1.129 homens.

Os dados evidenciam a importância de continuar promovendo a participação de mulheres na engenharia, agronomia e geociências, que, apesar de ter crescido nos últimos anos, ainda permanece baixa.

Em 2014, a instituição britânica Women’s Engineering Society estipulou a data de 23 de junho, como o Dia Internacional das Mulheres na Engenharia. A iniciativa surgiu com o objetivo de fortalecer e promover reflexões acerca do espaço que as mulheres vêm ganhando em uma área ainda predominantemente masculina.

Em 2018, para contribuir com a promoção da equidade de gênero na engenharia, agronomia e geociências, o Conselho Federal implantou o Programa Mulher, iniciativa que foi replicada por todos os Regionais brasileiros para promover a importância da ocupação feminina nesses espaços.

No Crea-MS, os avanços para a inserção da mulher no Conselho têm obtido resultados positivos. Em 2019, havia apenas quatro conselheiras efetivas. Em 2024, esse número aumentou para 14, representando um significativo impacto na participação feminina no regional. Este avanço inclui a eleição da primeira presidente em quatro décadas de existência do Crea-MS. Vânia Mello, que foi eleita em 2020, e que também é uma das integrantes do Programa Mulher do Confea.

“O Programa Mulher promove ações que têm promovido um significativo avanço na consolidação da política de equidade de gênero no Sistema profissional, além de também estar alinhado à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, composta por 17 metas relacionadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), sendo uma delas a igualdade de gênero”, explica a presidente do Crea-MS. Em Mato Grosso do Sul, o Programa Mulher foi criado em março de 2021.

Entidades de classe – Das 24 entidades de classe existentes em Mato Grosso do Sul, sete delas são presididas por mulheres, ou seja, 29% das entidades têm uma mulher na direção. As mulheres à frente das entidades são: engenheira agrimensora Rejane Cameschi (Asmea); engenheira sanitarista e ambiental e de segurança do trabalho Keiciane Brasil (Asmest); engenheira civil Isadora do Nascimento (IEMS); engenheira agrimensora Ilse Junges (Afeag), engenheira eletricista Taynara Souza; engenheira agrônoma Daniela Marques (Aeams) e a engenheira ambiental Andressa Barbosa (Aesa).

Juliana Menezes sob supervisão de Janine Gonzalez
Comunicação Crea-MS