Coordenador da Câmara Especializada de Engenharia de Engenharia Civil e Agrimensura (CEECA) do Crea-MS, o engenheiro civil Lincoln Pizzatto, é formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e pós-graduado em governança corporativa em cooperativas de crédito e gerenciamento de projetos. Residindo em Naviraí, o engenheiro foi por quase uma década inspetor do Crea-MS e um dos fundadores da Associação de Engenheiros, Arquitetos e Engenheiros Agrônomos de Naviraí (Assenar), em 1999.
Conselheiro do Crea-MS pelo segundo mandato, o engenheiro representa o Instituto de Engenharia de Mato Grosso do Sul (IEMS) e neste ano foi eleito coordenador da CEECA. Na entrevista abaixo, o coordenador fala sobre as urgências à frente da coordenação e as expectativas para este mandato.
O que o motivou a coordenar a CEECA e quais suas perspectivas para este mandato?
O que me motiva sempre: a necessidade de trabalhar em prol do bem comum e da sociedade. Acredito que todos deveriam dar um pouco do seu tempo, de alguma forma. Escolhi servir a engenharia, pois a sociedade carece de bons profissionais e estes só existirão se o Sistema todo convergir para isto. Falo do sistema acadêmico, Conselho, órgãos governamentais, como o MEC. Em nosso alcance está o Crea. Então é a estrutura que disponho para fazer a minha parte.
Quanto às perspectivas, penso que temos que trabalhar no sentido de valorizar a engenharia e o Conselho. Não adianta reclamar diante de tragédias. O que precisamos é de bons profissionais; é de um Conselho e de uma Câmara de engenharia fortes.
Dentre os assuntos tratados pela CEECA, quais o senhor considera necessitar de um olhar mais urgente?
Creio que o ensino a distância seja o assunto mais desafiador.
Como o senhor avalia a formação de engenheiros na modalidade a distância?
A educação a distância, em minha opinião, deveria acabar. A educação no país, como um todo precisa melhorar. O EAD veio para facilitar a conquista do diploma e só. Todas as ações que facilitam, penso, tendem, naturalmente a reduzir qualidade. O que precisamos, na verdade, é mais qualidade. Como se cursa engenharia sem laboratório adequado? Temos que lembrar que laboratório é feito de experiências, de história. Como se acumula conhecimento com laboratórios volantes? O ensino da engenharia acontece nos corredores das universidades, no relacionamento com os professores. Como ter isso no EAD? E as bibliotecas? Não consigo imaginar um aluno de engenharia que não possa ir à biblioteca no intervalo ou que não possa recorrer a um colega do centro de estudos avançados.
Enfim, o problema existe; o EAD é uma realidade e a grande questão hoje é : o que podemos fazer para garantir a qualidade do profissional que o Crea será encarregado de dar atribuição profissional? Fiscalização de universidades? Exame de ordem? Ou simplesmente negar registro de egressos, já que outros conselhos já adotaram esta prática.