A modernização e alavancagem da logística de Mato Grosso do Sul que inclui rodovias, ferrovias, aeroportos e hidrovia vai demandar quase R$ 50 bilhões nos próximos quinze anos. Para trazer mais competividade e escoamento aos modais, seriam necessários mais de R$ 18,1 bilhões de recursos direcionados as rodovias, R$ 30,4 bilhões em ferrovias, R$ 1 bilhão na hidrovia e R$ 82 milhões em aeroportos regionais. Os dados foram apresentados hoje durante o Seminário de Estudo de Diagnóstico Logístico de Mato Grosso do Sul, realizado no auditório do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul).
Elaborado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL) do Governo Federal, o estudo contempla a movimentação das cargas, considerando os modos rodoviário, ferroviário, hidrovias e aeroportos, o que permite analisar a demanda e sua distribuição na infraestrutura de transportes existente e futura.
“O Estudo tem como principal objetivo identificar e propor, com base nas informações de infraestrutura de transportes, soluções que propiciem condições capazes de incentivar a redução dos custos, melhorar o nível de serviço para os usuários, buscar eficiência da matriz, aumentar a eficiência dos modos utilizados para a movimentação das cargas e diminuir a emissão de poluentes”, salientou o titular da Secretaria de Meio Ambiente, Produção, Desenvolvimento Econômico e Agriculutra Familiar (Semagro) Jaime Verruck.
O trabalho considera a implementação de todos os projetos, do corredor rodoviário bioceânico, das autorizações de ferrovias, da Malha Oeste e do crescimento de demanda alto, com o transporte de celulose, e novas indústrias.
Segundo o assessor do observatório da EPL, Cícero Rodrigues de Melo Filho, a ideia com o estudo era buscar capturar os efeitos da implantação de todas as infraestruturas propostas mais um crescimento significativo da produção. “O trabalho desenvolvido pela EPL teve como objetivo a construção de um diagnóstico socioeconômico do Estado, considerando oportunidades de investimentos em infraestrutura de transportes que propiciarão desenvolvimento regional e integração com estados e países vizinhos, como o Corredor Bioceânico que permitirá redução de custos logísticos e ganho de eficiência com a saída para o Pacífico”, destacou o assessor.
As análises foram compostas por estudos no comportamento da demanda em relação aos custos logísticos, e não apenas os custos de transportes, mas abrangendo toda a eficiência do sistema, tributação e dentre outros atributos que impactam na eficiência da infraestrutura em análise. “Nesse sentido, um planejamento bem fundamentado é essencial para que se conheça o posicionamento atual do estado e até onde as ações poderão produzir desenvolvimento social e econômico”, frisou.
O assessor destacou que no que tange ao Corredor Bioceânico, a sua execução abrirá uma nova rota do escoamento de produtos direcionados ao comércio exterior, principalmente para os países asiáticos e demais países sul-americanos próximos. Essa rota ainda possui o potencial de estabelecer uma rota turística, multiplicando ainda mais o seu impacto nas esferas sociais e econômicas do Estado”, salientou o secretário.
Atualizável
O Diagnóstico Logístico possui mais de 800 páginas e proporcionou emprego de técnicas modernas existentes, como a utilização de dados da Nota Fiscal Eletrônica (NFe) estadual, para a análise de demanda do sistema logístico, algo que reduzirá drasticamente os custos com planejamento. “É um banco de dados atualizável, pode continuar recebendo informações a partir das notas fiscais de quando isso que se torna uma ferramenta estratégica para o Governo do Estado. Este foi o objetivo quando nós fizemos o levantamento de dados. A ideia era que a EPL apresentasse uma ferramenta que não perdesse valor no ano que vem. Então ela é uma base de dados que nós podemos atualizar permanentemente”, assegurou.
O estudo vai propiciar ainda um novo olhar para os modais. “Vamos poder conferir se as rodovias estão tendo a mesma pressão. Se novos eixos começaram a ser utilizados. Então, toda vez que aparecer o novo projeto, esse modelo permite que façamos a atualização permanente. Então, é uma ferramenta estratégica para o desenvolvimento, para a Secretaria de Infraestrutura que vai fazer o seu trabalho e também para nossa empresa de parcerias públicas privadas para olhar quais são as concessões. E o que pode ser feito para a viabilização das novas concessões”, avaliou o secretário.
Além disso, Verruck afirma que o trabalho tem potencial de gerar benefícios a longo prazo. “Os efeitos perpassarão gerações e trarão resultados que marcarão o desenvolvimento do Mato Grosso do Sul. Reforçando o Estado como um grande polo logístico nacional, com acessos ao Pacífico (via corredor Bioceânico) e ao Atlântico (ferrovia malha oeste para Santos e a Ferroeste para Paranaguá)”, concluiu.
Comunicação Semagro
Foto: João Prestes/Semagro