O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Mato Grosso do Sul (Crea-MS) está acima da média brasileira quando o assunto em pauta trata sobre o número de mulheres que estão a frente dos quadros gerenciais de empresas e/ou autarquias.
O simples fato de empoderar mulheres e promover a equidade de gênero em todas as atividades prestadas, são garantias absolutas para o efetivo fortalecimento do Conselho, seja na economia, na segurança da sociedade, no atendimento prestado e até mesmo na melhoria da qualidade de vida das pessoas.
Responsável em fazer com que as engrenagens administrativas deste Conselho se movimentem de forma sincronizada, os departamentos são ordenados de acordo com um organograma. Ao analisá-lo, vemos que estamos no caminho certo.
De cima para baixo, na ponta da pirâmide temos a figura do presidente, que, embora seja do sexo masculino, valoriza, em sua gestão, o sexo oposto. Abaixo dele, temos a Controladoria, a Ouvidoria e a Superintendência, estes três importantes cargos são hoje ocupados por três competentes mulheres. Um pouco abaixo, estão as sete gerências que fazem parte do quadro do Conselho: Departamento de Fiscalização (DFI), Departamento de Assessoria Técnica (DAT), Departamento de Atendimento e Registro (DAR), Departamento de Relações Institucionais (DRI), Departamento Administrativo (DAD), Departamento Jurídico (DJU) e Departamento de Tecnologia da Informação (DTI). Deste total, três são gerenciados por mulheres. Matematicamente, sem muito cálculo já vemos que, dos onze cargos gerenciais existentes no Conselho, seis estão sendo comandados por mulheres e cinco por homens, totalizando um percentual de 54,54% de mulheres ocupando as funções mais importantes do Crea-MS. Sem esquecer que, em seu quadro funcional, que compreende a sede e suas onze inspetorias no interior, o número de empregados é praticamente igual, na casa dos 50% entre homens e mulheres.
Média nacional:
Segundo o relatório Women in Business 2019, produzido pela consultoria Grant Thornton, no Brasil houve um salto de 32% na relação de empresas/autarquias que afirmam ter pelo menos uma mulher em cargos de liderança, o que representa algo em torno dos 93% dos negócios – bem diferente dos 61% registrados em 2018 no país. A pesquisa considerou como liderança qualquer atuação em nível gerencial, sendo que a presença feminina é maior em posições como CFO e direção de Recursos Humanos.
Apesar do cenário parecer positivo, quando olhamos para o número de mulheres à frente dos negócios, o índice cai para 13%, segundo a pesquisa Panorama Mulher, do Insper. Em entrevista à Marie Curie Box, primeiro clube de assinaturas voltado para liderança feminina, Cristina Junqueira, Cofundadora do Nubank, comprova os dados.
“Apesar de hoje já termos algumas referências de mulheres ocupando altos cargos de liderança nas empresas/autarquias, eu sempre fui uma das poucas, se não a única, em todos os times pelos quais passei até chegar ao Nubank, e certamente isso tornou as coisas ainda mais desafiadoras. Por isso, meu principal conselho para mulheres que têm a ambição de assumir posições de liderança é: sua carreira não pode esperar a igualdade chegar”.
A líder de uma das fintechs de maior sucesso no Brasil afirma que já sofreu preconceito e aconselha: “é preciso estar preparada para continuar mostrando que, embora ainda comuns, esses preconceitos não podem mais existir”, finaliza.
Ao citarmos as profissões que fazem parte deste Conselho, podemos afirmar que os números não são os mesmos do estudo acima, mas já indicam um crescimento histórico ao compararmos com o quadro profissional brasileiro de alguns anos atrás. Hoje, o Crea-MS possui em seu cadastro pouco mais de 14 mil profissionais registrados e destes, quase 3 mil são mulheres engenheiras e/ou tecnólogas e o restante, pouco mais de 11 mil, são homens.
Ainda não estamos onde gostaríamos de estar, mas acreditamos que estamos no caminho certo!
Juliano Salles Marzola
Gerente de Relações Institucionais do Crea-MS