Jorge Wilson Cortez é engenheiro agrônomo formado em Agronomia pela Fazu Faculdades Associados de Uberaba), em 2005. É especialista em cafeicultura irrigada, mestre e doutor em Agronomia e professor da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD). Em 2018, assumiu pela primeira vez a coordenação da Câmara Especializada de Agronomia (CEA) e, neste ano, foi reconduzido ao cargo.
A seguir, o engenheiro agrônomo fala sobre as perspectivas para mais este ano de trabalho, educação a distância e as ações realizadas em 2018.
O que o motivou a novamente coordenar a CEA e quais suas perspectivas para mais este mandato?
Nesse segundo mandato iremos continuar o trabalho iniciado em 2018: palestras sobre o Sistema Confea/Crea nas instituições de ensino superior do Estado, considerando que no ano de 2018 apenas uma instituição não recebeu a nossa visita. Além disso, vamos continuar as discussões e reuniões com os profissionais sobre o portal de serviços do Conselho, seja para emissão de ART ou emissão de Receituário Agronômico, acompanhar a implantação do “Selo de Qualidade” dos cursos do Sistema e a menção honrosa ao melhor aluno, ambas propostas idealizadas e formuladas pela Câmara.
Quais ações desenvolvidas pela CEA em 2018 podemos destacar?
Podemos destacar a visita a calouros de praticamente todos os cursos do grupo Agronomia; a atualização do Manual de Fiscalização, a implantação da nova Tabela de Honorários de Serviços de Agronomia; a implantação da proposta de substituição da Anotação de Responsabilidade Técnica (ART), que gerou ganhos ao Sistema, uma vez que, maus profissionais estavam utilizando a opção de substituição da ART para regularizar mais de uma obra e o acompanhamento junto ao IBGE da safra agrícola de Mato Grosso do Sul.
Destaco ainda, o acompanhamento dos trabalhos da Coordenação Nacional das Câmaras Especializadas de Agronomia (CCEAGRO) do Confea e suas propostas, uma vez que, para o ano de 2019 manteve-se o mesmo coordenador de 2018 e também as palestras aos profissionais sobre as normas para registro de ART e Receituário Agronômico;
Dentre os assuntos tratados pela CEA, quais o senhor considera necessitar de um olhar mais urgente?
Um deles é sobre o aumento desenfreado de cursos de graduação a distância. O grupo Agronomia vem sofrendo com aberturas desses cursos que não possuem o mínimo de estrutura física para permitir aulas práticas de qualidade.
Outro ponto preocupante é a criação de novos conselhos profissionais e resoluções. O grupo Agronomia vem perdendo espaço em suas atribuições profissionais de maneira que aumenta a concorrência.
E por fim, a defesa da sociedade e dos profissionais com a constante fiscalização e aprimoramento dos meios de tecnologia da informações de forma a possibilitar o cruzamento de informações e coibir a ação de leigos.
Quais são os planos da Câmara para este ano?
O plano integra parte das atividades do ano anterior (2018) a fim de dar continuidade aos trabalhos, tendo destaque para as atividades de fiscalização, acompanhamento das IES e os cursos EAD; acompanhamento da Câmara Nacional de Agronomia e suas atividades; acompanhar as ações parlamentares; participar de eventos e palestras para os profissionais e alunos; participar das ações e promoções do Sistema Confea/Crea.
Como a Câmara avalia a formação de Engenheiros Agrônomos na modalidade a distância?
O posicionamento inicial da CEA é contrário à criação de cursos 100% EAD, tanto que em 2018 a Câmara manifestou que apenas algumas disciplinas como, administração, economia, e outras nessa linha, poderiam ser ofertadas a distância, como já previsto pelo MEC, até 20% do curso desde que esteja no projeto pedagógico do curso.
Assim, apesar de posicionamento contrário ao EAD 100%, o MEC autorizou a abertura de cursos EAD. O Sistema irá se deparar em alguns anos com os egressos desses cursos? E o que faremos?
Com a realização dos Congressos Nacional e Estaduais de Profissionais neste ano, devemos conclamar os profissionais e membros do Sistema Confea/Crea a aprovar o exame de proficiência. Como ocorre com a Ordem dos Advogados do Brasil, em que todo bacharel em Direito, para exercer a Advocacia, deve ser aprovado no exame de Ordem, pensamos que, no nosso caso, os profissionais, bacharéis do grupo Agronomia e Engenharia devam realizar uma prova específica para exercer as profissões.