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Engenharia de Segurança: “todas as organizações são movidas por pessoas e, nós cuidamos delas”

Campo Grande, 19 mar 2019 às 21:48

WhatsApp Image 2019-03-19 at 17.58.07Engenheira eletricista, formada pela Universidade Federal de MS (UFMS) e de segurança do trabalho, Luciana Macedo tem 34 anos. No início deste ano, foi eleita para ocupar duas importantes posições dentro do Sistema Confea/Crea e Mútua: as coordenações da Câmara Especializada de Engenharia de Segurança do Trabalho (CEEEST/Crea-MS) e também da Coordenadoria Nacional das 12 Câmaras Especializadas em Engenharia de Segurança do Trabalho, um dos fóruns do Sistema.

A seguir, a engenheira fala sobre as expectativas para este ano, elaboração do manual de fiscalização e também opina sobre educação a distância.

Quais  suas perspectivas frente à coordenação da Câmara de Engenharia de Segurança do Trabalho e o que a motivou a assumir esta função?
A Engenharia de Segurança é uma profissão que permeia todas as Engenharias. Ela está presente em todos os segmentos, sejam eles industriais, comerciais ou do agronegócio. Todos os empreendimentos, organizações ou empresas são movidas por pessoas, e nós cuidamos delas, fazendo uma boa análise de risco, fazendo bons LTCAT (Laudo Técnico das Condições do Ambiente do Trabalho) e PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e com que os programas de Engenharia de Segurança do Trabalho sejam, de fato, implementados dentro dessas empresas, onde a maior preocupação deve ser zelar pelas pessoas e pelo patrimônio das organizações.

Dentre os assuntos tratados pela CEEST, quais você considera necessário um olhar mais urgente?
Vamos elaborar um manual de fiscalização, já que desde 1978, quando foram criadas as Normas Regulamentadoras, muita coisa mudou na nossa profissão, com chegada de novas tecnologias. Houve muita mudança e precisamos atualizar nosso manual a fim de caminhar rumo à valorização profissional, frente a essas inovações.

O ensino da Engenharia à distância tem sido bastante questionado atualmente. Qual a sua avaliação sobre esta modalidade de ensino?
Esta é uma questão bastante polêmica e a gente sabe que o ensino a distância hoje é uma realidade. Tem graduação sendo feita a distância, cursos de pós também têm sido ofertados nesta modalidade. É uma ferramenta que facilita a formação ou aperfeiçoamento profissional de quem trabalha ou reside em grandes cidades, já que evita deslocamento e o aluno consegue flexibilizar as horas de estudo. Há aspectos muitos positivos no ensino a distância.
Contudo, na Engenharia, penso que devam haver critérios, nem todas as disciplinas podem ser a distância, algumas precisam ser presenciais, já que exigem laboratórios e experimentos. Esta modalidade pode ser utilizada em disciplinas informativas, em conteúdos teóricos.
Penso que a educação a distância deva ser um aliado no ensino da Engenharia, mas é preciso que se definam os critérios. Vamos sugerir alguns critérios que serão levados ao Conselho Federal e encaminhados a quem é de direito para tomar as providências necessárias.

Como parte do plano de ação da CEEST para este ano, o que você poderia destacar?
Neste ano, promoveremos o Abril Verde, e em novembro, um Workshop de Segurança em comemoração ao dia do Técnico e do Engenheiro de Segurança do Trabalho. Faremos ainda palestras nos últimos semestres dos cursos de Engenharia para que os futuros profissionais conheçam a Segurança do Trabalho e saibam também da responsabilidade que eles têm de acompanhar se as normas regulamentadoras, a legislação trabalhista previdenciária, se todos os programas que um engenheiro de segurança propõe dentro das empresas, está sendo, de fato, executado e cumprido, evitando assim, problemas com órgãos fiscalizadores, Ministério do Trabalho, e, o mais grave deles, passar por um acidente grave dentro do seu local de trabalho. Queremos estimular estar consciência para que, quando atuarem, sejam multiplicadores e ajudem a fortalecer ainda mais a nossa categoria profissional.