“Temos plena consciência de que a infraestrutura do país parou de crescer e vamos precisar da expertise da engenharia brasileira, que é exemplo, para nos desenvolvermos. Houve erros no passado? Houve, mas estão sendo pagos. O certo é que daqui para a frente, temos que mudar. Recuperar empresas, recuperar a engenharia e ter orgulho do que sempre fizemos e sabemos fazer”.
A declaração do vice-presidente eleito, o gal. Hamilton Mourão, agradou os participantes que na quinta-feira (29), na sede da ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre), participaram do “Diálogos Infra”, primeiro de uma série de eventos promovidos pelo Sinicon (Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada – Infraestrutura), Anetrans (Associação Nacional das Empresas de Engenharia Consultiva de Infraestrutura de Transportes) e Aneor (Associação Nacional das Empresas de Obras Rodoviárias).
Com o apoio de diversas entidades, entre elas o Confea e o Crea-DF, respectivamente, Conselho Federal e Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, a presença de Mourão atraiu a participação de cerca de 300 pessoas ligadas a diversos setores de infraestrutura.
Ao responder uma indagação feita pelo presidente do Confea, eng. civ. Joel Krüger, que questionou sobre o fato de poucos recursos serem destinados à manutenção de obras públicas, Mourão agradeceu a Krüger e defendeu que projetos de manutenção acompanhem projetos executivos: “O gestor público não vê isso. Todas as grandes obras de infraestrutura têm que estar atreladas a um contrato de manutenção. Na aviação, isso é clássico”.
Compromisso e incentivo
Sobre a inclusão de engenheiros entre os servidores com carreira de Estado, questão colocada por Fátima Có, presidente do Crea-DF, Mourão disse concordar em incentivar “o comprometimento de quem trabalha pelo país” a fim de não haver mudanças ou mesmo paralisação de projetos de infraestrutura, custeados pelo governo com ou sem a participação da iniciativa privada. “No que puder, tocaremos o projeto para frente”, afirmou.
Depois de falar por cerca de 20 minutos tratando de temas como segurança pública, saúde e educação, e com a constatação das limitações orçamentárias, Mourão alimentou a “esperança” que ele encontra nas pessoas que confiam no futuro governo: “Financiamento público depende de equilíbrio fiscal, que implica a reforma previdenciária, e isso temos que aprovar de forma urgente para termos espaço no orçamento. Outra grande ideia é desvincular as receitas da União”. Para tudo isso, Mourão reconhece que será preciso “muito trabalho de articulação junto ao Congresso Nacional”, mas ele acredita que os “parlamentares entenderão nossa realidade e as medidas propostas”.
O general falou ainda de canais de crédito, do interesse de investidores internacionais e das “milhares de obras paralisadas em todo o país e que precisam ser retomadas”. Para ele, “haverá interesse de investidores estrangeiros”. Mas salientou que “quer capital internacional de risco e não apenas de investimento”.
Maria Helena de Carvalho
Equipe de Comunicação do Confea